segunda-feira, 25 de março de 2013

Me deixou mas nunca se foi

Se tem uma coisa que me faz sofrer, é saudade. Deveria ser crime fazer uma pessoa sentir saudade. E saudade não é só de gente, é de situação, de lugar.
Mas a saudade de gente normalmente é a que mais dói. A que mais faz sofrer. Doença incurável, dor infinita e desmedida. Saudade do tipo que eu sinto de você. 
Eu não te quero de volta. Não assim, não agora. O que eu quero de volta é impossível. Impossível porque você se foi faz tempo, porque tudo mudou muito, não existe mais nada do que existia antes... os lugares, as situações, o cotidiano. Tudo isso saiu da minha vida junto com você. É como se você nunca tivesse passado pela minha vida, é como se fosse somente minha imaginação de um momento (ou dois, ou muitos, tantos...). Não há nada seu, nenhuma evidência de que você tenha passado por aqui, por mim. Mas ficou sua marca, você é uma tatuagem não cicatrizada dentro de mim. Mas eu sinto a sua falta. Falta de quem você era, falta de que eu era com você, falta dos lugares onde a gente ia, falta das coisas que a gente falava e fazia... sinto falta de tudo que era nosso.
Tipo isso:
I miss you
Pensar em você, no passado e na antiga rotina dói demais. É aí que por um momento eu tento te esquecer e me arrepender de tudo. Mas é impossível, não tem como apagar tudo que eu vivi e tudo que eu fui com você. E eu tento tanto sentir raiva a ponto de nunca mais querer notícias de você, gasto tanta energia com isso... em vão.
Tipo isso ²:
Hating You Is the Most Exhausting
Você ficou em tudo... tudo que eu faço, que eu vejo, que eu sinto, que eu escuto... tudo que eu sou. Não tem como te arrancar de mim, por mais que você tenha saído assim da minha vida. Aí eu percebo como é desgastante isso e desisto. Desisto de te odiar, desisto de te esquecer, desisto de pensar que você não existe mais. Mergulho de vez nessa coisa de sofrer, de lembrar, de querer voltar no tempo. Me faz mal, mas tentar te esquecer me deixa pior ainda.
Desisto de te querer e desisto de não te querer.


2 comentários:

  1. Belíssima: I know the feeling. E de todas as nossas situações "I know the feeling" que temos, essa é provavelmente a mais literal. E como consegui um fôlego novo (ainda não saí do piscinão, mas já consigo respirar), vou te falar o que tá ajudando.
    Primeiro: nosso inconsciente (ou sombra) traz as coisas que a gente não quer, mas precisa ter à vista. No meu caso, eu precisava entender por que congelei no tempo e, mais do que querer voltar no tempo, eu PRECISAVA voltar lá pra entender por que lá fiquei, até hoje. No seu, entender como tudo começou, e que lição essa história precisa te ensinar. Ou talvez um acerto com o teenage dream que você não viveu, não sei. Tô vendo daqui de fora.
    Depois que a gente entendeu isso, passamos pro próximo passo (se bem que acho que você já entendeu isso, eu ainda não fiz esse acerto): entender se o que a gente quer ainda existe ou não. Isso só vou saber vendo-o, e ainda vai levar tempo.
    Finalmente, decidir pra onde ir e botar o pé na estrada. As coisas duram o tanto que precisam durar, e acabam quando devem ir embora. Óbvio e doloroso pra cacete (concordo sobre tudo o que você disse, especialmente a parte da saudade). But true. E aí a gente vai andando, andando... até que consegue finalmente olhar pro passado e sorrir. Sem se exaurir. Portanto o que posso te falar (sorry, babe, o projeto de lei ainda tá nas mãos do Feliciano que não me representa), é uma bosta, mas é o que resolve. Não dá pra não se exaurir um pouco hoje sem pagar um preço alto amanhã (vide eu).
    E estamos juntas, pra tudo. Até pra seguir em frente.

    ResponderExcluir
  2. Você sendo sempre maravilhosa e me fazendo acreditar que existe esperança after all...

    ResponderExcluir